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Cambridge - Classifica performance dos EUA como pobre e Portugal pior que a Suécia na resposta à pandemia

Da Redação com informações de agências de notícias.  -   26 de abril de 2024

O Ranking que surge no Relatório Anual de Desenvolvimento Sustentável coloca Portugal em 25.º entre 33 países da OCDE. À frente de Nações como a Espanha que foi a pior na gestão da crise. Mas França, Reino Unido, Itália e EUA também estiveram muito mal. Os países asiáticos responderam bem melhor. Portugal está entre os países que teve uma resposta menos eficaz à pandemia de covid-19 de acordo com um relatório de uma equipe da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, que analisa anualmente os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Num ranking específico sobre a reação ao surto, Portugal surge em 25.º lugar entre 33 países da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) avaliados. A lista tem Espanha como o país com pior gestão e a Coreia do Sul como o Estado que melhor respondeu à pandemia.

Atrás de Portugal surgem neste ranking, além da Espanha, e por ordem do melhor para o pior, Turquia, Irlanda, EUA, Itália, França, Reino Unido e Bélgica. Os autores admitem que "alguns países podem ter sido penalizados artificialmente nos dados apresentados nesta tabela devido à sua mais completa notificação de mortes por covid-19 (contando os casos prováveis bem como casos testados)".

A Suécia, tida como mau exemplo na reação à crise sanitária, surge em 22.º lugar, três acima de Portugal. O relatório recorre a indicadores para classificar a resposta de emergência à covid-19, incluindo a taxa de contágio e o grau de controle na propagação do surto, além da evolução do número de pessoas mortas. Considera também o declínio na mobilidade, algo que se verificou muito em Portugal.

"Este índice sobre controle da covid-19 resume o desempenho de cada país em três dimensões (taxa de mortalidade, taxa de contágio rápido e eficiência de controle). Estudamos todos os países da OCDE, exceto os três países de renda média da América Latina (Chile, Colômbia e México), onde o vírus chegou mais tarde, e Islândia devido à falta de dados relevantes sobre a mobilidade física, que usamos para construir o índice de eficiência", explicam os investigadores de Cambridge.

Sublinhando que os países com mais população tiveram mais dificuldade em conter o surto, por receberem mais visitantes, o ranking permite concluir que "a região da Ásia-Pacífico, em geral, teve alto desempenho, exemplificado nas classificações: Coreia do Sul, 1º; Austrália, 3º; Japão, 6º", dizem os autores.

A nível europeu também são tiradas conclusões. "Em geral, o norte da Europa superou o sul e a Europa de Leste teve melhor desempenho que a Europa ocidental."

Classificando a performance dos Estados Unidos como pobre, o relatório diz que, neste país, a "maioria dos estados introduziu confinamentos parciais em meados de março, mas começaram a levantá-los no início de maio. As taxas de contágio e de mortalidade são das mais altas na OCDE".

Em termos gerais, os autores do estudo dizem que, devido ao novo coronavírus, "o mundo está a enfrentar a pior crise econômica e de saúde pública num século" e referem que "em 20 de junho de 2020, cerca de 463.000 pessoas tinham morrido de covid-19 em todo o mundo".

As consequências são devastadoras, com o desenvolvimento sustentável a ser afetado: "A crise da saúde está a afetar todos os países, inclusive os de alto rendimento da Europa e América do Norte. As medidas necessárias para responder à ameaça imediata da covid-19, incluindo o encerramento de muitas atividades econômicas durante semanas, levaram a uma crise econômica global com enormes perdas de empregos e grandes impactos, especialmente em grupos vulneráveis. Este é um revés significativo para a ambição mundial de alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), particularmente para os países pobres".

Além disso, como reflete o ranking, os analistas de Cambridge chamam a atenção para uma mudança no equilíbrio geopolítico, em que "os países asiáticos fizeram o maior progresso em direção aos ODS desde a sua adoção em 2015" e destacam que são precisamente esses países que "responderam de forma mais eficaz ao surto de covid-19". Por isso, dizem ser provável que "a crise acelere a mudança do centro de gravidade geopolítico e econômico global da região do Atlântico Norte para a região Ásia-Pacífico".

Entre os 25 melhores no Desenvolvimento Sustentável - No ranking habitual sobre os ODS, Portugal surge numa boa posição - é 25.º entre 166 países avaliados. À frente de países como EUA (31.º) ou Austrália (37.º). Neste ranking, os nórdicos continuam a ser os melhores. Suécia, Dinamarca e Finlândia estão no pódio por esta ordem.

O 25.º lugar de Portugal corresponde a uma pontuação de 77,6 neste ranking. O relatório avalia indicadores como a redução da pobreza e da fome, a qualidade da educação e de saúde, a igualdade de gênero, a ação climática, a redução de emissões poluentes, entre outros. Na maioria dos indicadores o registro é positivo. Mas há sinais de declínio na educação (reflete os resultados de Pisa), na saúde apenas com a obesidade como fator negativo, na redução de desigualdades e na proteção da vida marinha.

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